PF descobre esquema de lavagem de dinheiro a partir de avião que transportava Eduardo Campos

A investigação teve início a partir de análises de movimentações financeiras de empresas envolvidas na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador Eduardo Campos em seu acidente fatal


A Operação Turbulência foi deflagrada nesta terça-feira (21) Foto: AFP

JC Online

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (21), a Operação Turbulência para desarticular uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro em Pernambuco e Goiás. A investigação teve início a partir de análises de movimentações financeiras de empresas envolvidas na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador Eduardo Campos em seu acidente fatal.

De acordo com a PF, empresas de fachada, em nome de "laranjas", realizavam transações entre si e com outras empresas fantasmas, incluindo algumas investigadas na Operação Lava Jato. O esquema teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. 

Suspeita-se que parte do dinheiro que transitou nas contas analisadas servia para pagamento de propina a políticos e formação de “caixa dois” de empreiteiras.

Cerca de 200 policiais estão dando cumprimento a 33 mandados de busca e apreesão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Também estão sendo cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros. Os empresários Apolo Santana (dono da empresa Bandeirantes Companhia Pneus), João Carlos Lyra de Melo (filho do ex-deputado socialista Luiz Piauhylino), Eduardo Leite e Arthur Rosal foram alvos de mandados de prisão preventiva.

Os 60 mandados judiciais estão sendo cumpridos em diversas localidades pernambucanas: Boa Viagem, Imbiribeira, Espinheiro, Cordeiro, Ibura, Alto Santa Terezinha, Várzea, Aeroporto e Pina, no Recife, Muribeca, Piedade, Barra de Jangada e Prazeres em Jaboatão do Guararapes, Pau Amarelo, em Paulista, e nas cidades de Vitória de Santo Antão, Moreno e Lagoa de Itaenga.

Os presos e os conduzidos coercitivamente serão levados para a sede da Polícia Federal, na área central do Recife. Os envolvidos responderão, na medida de seu grau de participação no esquema criminoso, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. 

ACIDENTE - O ex-governador e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu no dia 13 de agosto de 2014, após a aeronave onde ele estava, um Cessna 560 XL, cair em Santos, litoral de São Paulo. Os dois pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pedro Valadares Neto (assessor), Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol (assessor de imprensa), Marcelo Lyra (cinegrafista) e Alexandre Severo (ex-fotográfo deste JC) também morreram no acidente.

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