INCLUSÃO SOCIAL É RESPONSABILIDADE DE TODOS

ADALBERTO, MÁRCIO, TAINÁ E CLEYTIANE
Na última aula da professora Tainá de Freitas no Centro Universitário Vale do Ipojuca (UNIFAVIP) recebemos Adalberto, Márcio e Cleytiane. O assunto: inclusão social. Adalberto tem deficiência auditiva, Márcio deficiência motora e Cleytiane é uma falante de Libras.

A professora da disciplina de Gestão e Responsabilidade Social, Tainá, trouxe à baila uma discussão deveras importante, pois temos, segundo dados do IBGE (2010), 45,6 milhões de pessoas com deficiências no Brasil e essas pessoas precisam de políticas públicas inclusivas.

O cadeirante Márcio disse que a grande barreira que ele enfrenta é a atitudinal e frisou que a responsabilidade é de todos para que esta realidade sofra alguma mudança.

Da mesma maneira pensa o deficiente auditivo Adalberto, pois são em número reduzido os falantes de libras  e esta é uma grande barreira para que ele consiga se comunicar. 

Cleytiane procurou aprender Libras e incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo. "Aprender um segundo idioma nos abre novos horizontes, começamos a entender melhor as pessoas", disse ela.

No Texto abaixo, escrito por Maria Alice Furrer, vemos alguns tipos de barreiras que dificultam a acessibilidade, não só de deficientes, diga-se de passagem.

Tipos de barreiras
Por: Acessibilidade na Prática
Maria Alice Furrer

De acordo com a NBR 9050/2004, “acessibilidade” é definido como a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. E conceitua que, para ser “acessível”, o espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento tem que permitir o alcance, acionamento, uso e vivência por qualquer pessoa, inclusive por aquelas com mobilidade reduzida. O termo “acessível” implica tanto acessibilidade física como de comunicação.

Ainda conforme as definições da norma técnica, temos as barreiras arquitetônica, urbanística ou ambiental, que são qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento urbano.

Pensando nestes conceitos, vamos nos aprofundar nas definições de “barreira” utilizando como referência o livro: Desenho Universal – Caminhos da Acessibilidade no Brasil.

O ambiente sócio-físico é o principal gerador das dificuldades que se impõem à livre circulação de indivíduos ou grupos. Tais empecilhos podem ser: físicos, comunicacionais, sociais e/ou atitudinais.

Barreira Física ou Arquitetônica: Obstáculos para o uso adequado do meio, geralmente originados pela morfologia de edifícios ou áreas urbanas.


A foto acima registra uma escada não associada a rampa ou algum equipamento eletromecânico. Esta barreira arquitetônica impede que o cadeirante tenha acesso ao piso superior do estabelecimento.

Também podemos citar como exemplo calçadas com degraus (dificultando a circulação de pedestres), portas estreitas, rampas com inclinação exagerada, dentre tantos outros que infelizmente ainda encontramos em nossas cidades.

Barreira Comunicacional: Dificuldade gerada pela falta de informações a respeito do local, em função dos sistemas de comunicação disponíveis (ou não) em seu entorno, quer sejam visuais (inclusive em braille), lumínicos e/ou auditivos.


Esta foto mostra o corredor de um shopping com uma placa suspensa contendo informações apenas visuais (ressaltando que este local não possui mapa tátil). Além disso, a placa possui baixo contraste, onde os símbolos e textos são de cor branca pintados sobre um fundo imitando madeira clara. Assim, a legibilidade fica prejudicada.

Também são barreiras comunicacionais a falta de sinalização urbana, deficiência nas sinalizações internas dos edifícios, ausência de legendas e audiodescrição na TV, entre outras.

Barreira Social: Relativa aos processos de inclusão/exclusão social de grupos ou categorias de pessoas, especialmente no que se refere às chamadas “minorias”, como grupos étnicos, homossexuais, pessoas com deficiência e outros.

Fonte da foto: Projeto Cisne Negro

A foto mostra uma criança isolada do grupo principal, demonstrando sua exclusão.

Barreira Atitudinal: Gerada pelas atitudes e comportamento dos indivíduos, impedindo o acesso de outras pessoas a algum local, quer isso aconteça de modo intencional ou não.


Esta imagem demonstra uma barreira atitudinal, infelizmente muito comum. São carros estacionados na calçada que, além de impedirem a passagem dos pedestres, estão bloqueando o piso tátil direcional.

Outras barreiras atitudinais: uso indevido de vagas reservadas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, obstrução de rebaixamentos de guia, os diversos tipos de preconceito, desrespeito com os idosos e vários outros exemplos.

Referência: ELALI, A. G.; de ARAÚJO, G. R.; PINHEIRO, Q. J. Acessibilidade Psicológica: Eliminar barreiras “físicas” não é o suficiente. In: PRADO, de A. R. A.; LOPES, E. M.; ORNSTEIN, W. S. (Orgs.). Desenho Universal: Caminhos da Acessibilidade no Brasil. São Paulo: Annablume Editora, 2010. p. 117- 127.

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