O vaso e o oleiro, por Dário Gomes

Dario Gomes*
O oleiro é o profissional que molda o barro para fazer sua arte, o vaso nada mais é que o resultado do trabalho do oleiro sobre o barro.

Duas condições há, na Bíblia, na questão do vaso:

A primeira está no capítulo 18 do livro do Profeta Jeremias, quando o vaso está sendo moldado pelas mãos do oleiro, o barro está cru, molhado e sendo trabalhado.

Jeremias 18:3-4 - E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer.

A segunda nós encontramos no capítulo 19 do mesmo livro, mas agora já não é mais barro cru, agora é vaso cozido, pronto para o uso, e todos sabemos que, depois de passar pelo forno, pode-se até consertar, colocar um remendo, mas nunca mais poderá ser quebrado como se fez no capítulo 18. Agora é um vaso que não pode mais refazer-se.

Jeremias 19:1,10 – 11 - ASSIM disse o SENHOR: Vai, e compra uma botija de oleiro, e leva contigo alguns dos anciãos do povo e alguns dos anciãos dos sacerdotes; Então quebrarás a botija à vista dos homens que forem contigo. E dir-lhes-ás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Deste modo quebrarei eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se, e os enterrarão em Tofete, porque não haverá mais lugar para os enterrar.

Por vezes ouvimos ou lemos pregações a respeito desse assunto, mas infelizmente, muitos acham que somos eternos barros que são moldados e quebrados por várias ocasiões seguidas sem nunca chegar à perfeição. Se isto fosse assim poderíamos chegar a conclusão de que: ou o barro é tão ruim que nunca se pode terminar a arte sobre ele ou o oleiro não é um profissional qualificado para o serviço que faz. 

Que fruto teria o oleiro se, trabalhando incansavelmente num determinado barro, nunca conseguisse terminar sua obra, qual lucro teria com isso? É de se perceber que há um trabalho sendo executado enquanto o barro não for ao forno, também se faz lembrar que vaso cru não serve como vaso, pois não suporta coisa alguma, porém logo após o cozimento, o vaso estará pronto para o uso e testado para o que for útil.

Essa história de sermos eternos vasos que se quebra nas mãos do oleiro não tem sentido porque a própria Palavra requer que nós cheguemos à perfeição.

Hebreus 6:1 - Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,

II Timóteo 3: 17 - Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

Todos nós, que servimos ao Senhor, estivemos nas mãos do Oleiro, Ele nos deu forma, nos moldou, se algo não estava bem Ele nos refez e depois nos aperfeiçoou para que hoje pudéssemos ser vasos que podem ser usados em sua obra, defender sua causa. Um dia Ele nos moldou depois nos colocou na fornalha das experiências, nos fez vasos prontos para seu uso, agora não se pode mais refazer, vaso cozido não pode ser quebrado para ser refeito, se o vaso for trincado pode ser consertado com um remendo, porém nunca mais será perfeito, um vaso cozido quando é trincado, levará em si a marca da imperfeição pelo resto de sua vida, mesmo que se passem muitos anos. Assim é a vida daqueles que servem ao Senhor.

Lembre-se: Você é um barro que, colocado nas mãos do oleiro, poderá ser um vaso, mas saibas que, um dia, o oleiro precisará colocar este vaso no fogo, para poder utilizá-lo em sua casa, enquanto não fores ao fogo poderás ser refeito, assim o oleiro queira, porém após passar pelo fogo, se quebrado fores, nada mais poderá ser feito.

Muitos querem ser o barro nas mãos do oleiro, o barro cru, sem experiências, sem fogo, sem provas, um vaso inacabado que não tem utilidade alguma, quando na verdade, deveria querer ser um vaso pronto, provado, aperfeiçoado, resistente, e sempre confiante, mesmo sabendo que a matéria prima é o barro. Um barro que foi trabalhado por quem sabe o que faz.

Por mais que cresçamos seremos simplesmente vasos, e vasos de barro, para que a glória seja para Deus e nunca para nós mesmos. 

II Corintios 4:7 - Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.

Um abraço e até a próxima, se Deus permitir.

*Dário Gomes de Araujo é Evangelista da Igreja Assembleia de Deus e atualmente é gestor na cidade de São José do Egito

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