Interpretações, por Dário Gomes

Até onde uma interpretação pode mudar uma história, até onde ela pode ajudar ou prejudicar?

EVANGELISTA DÁRIO GOMES
Imagine uma partida de futebol, time da capital enfrentando time do interior, o placar está marcando zero a zero, segundo tempo, jogo equilibrado, de repente o time do interior avança entra na área do adversário e o atacante chuta, a bola resvala no braço de um dos jogadores da defesa e vai para linha de fundo, juiz já está lá, marcando escanteio para o time da casa, minutos depois é hora do time da capital atacar e, por ironia do destino fato semelhante acontece, sendo que agora é o inverso, time da capital entra na área, atacante chuta e a bola resvala no braço da defesa e vai para a linha de fundo, o juiz, ah! O juiz, está lá, apontando para a marca do pênalti, time da capital cobra e faz, fim de jogo Capital 1, interior 0. A decisão ficou única e exclusivamente a cargo do juiz e sua interpretação. Qualquer semelhança dessa narrativa com um jogo entre Ypiranga e Santa Cruz no Otávio Limeira Alves, é mera coincidência. 

Será que nos tribunais não acontece a mesma coisa? A decisão unânime ou não de uma côrte, a interpretação dos fatos analisados por alguém que nem os presenciou, mas que apenas ouviu as narrativas conforme as interpretações apresentadas. Um simples levantar das mãos pode ser interpretado como uma agressão ou será que foi defesa? 

No ano de 1944, na Carolina do Sul – EUA, George Stinney, de apenas 14 anos, foi condenado à morte, em um interrogatório realizado sem a presença dos pais e muito menos de um advogado, acusado de ter assassinado duas crianças, em apenas 83 dias após a morte das meninas ele foi executado, setenta anos depois uma juíza reabriu o caso e inocentou o garoto, mas já era tarde demais para isso. 


Vede que a interpretação desse fato levou à morte, um adolescente.

As nossas interpretações podem ajudar, mas também podem matar.

Quando se estuda a bíblia também devemos levar em conta o fato das interpretações, pois existem duas fortes linhas de pensamentos:

A interpretação literal e a interpretação alegórica.

Na interpretação literal o fato bíblico é analisado tendo-se o cuidado de se observar o texto e para qual tempo o mesmo foi escrito, é na verdade uma análise histórico-gramatical. Essa é a forma mais aceita nas principais escolas de teologia.

Na interpretação alegórica faz-se a análise do texto conforme a mente do pregador e nisso há muitos perigos.

A autoridade básica da interpretação deixa de ser a bíblia e passa a ser a mente do intérprete e isto pode ter como base as seguintes colocações:

a) Posição doutrinária do intérprete.

b) Posição doutrinária da igreja a qual o intérprete pertença.

c) O ambiente social do intérprete.

d) A formação teológica e/ou secular do intérprete.

É nesse tipo de interpretação que alguns pregadores lançam mão de todos os artifícios para conseguir manipular as massas e muitos tem sido enganados por esses charlatões, sobretudo há muitos homens e mulheres que pregam e que tem compromisso com Deus e sua Palavra e que não se deixam levar por alegorias vãs e nem manipulam sua Palavra de Deus.

É bom lembrar também que a bíblia não é de particular interpretação, 

II Pedro 1:20 - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.

Não é o homem que irá definir o que a Bíblia diz, o que, ou para que, ou para quem a escritura foi escrita, a resposta está nela mesma, ela foi enviada e fará aquilo para o qual foi. 

Isaías 55:11 - Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.

O Pastor Antônio Gilberto afirma: A bíblia interpreta a bíblia. Ela é intérprete de si mesma. 

II Timóteo 3:16 - Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;

17 - Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

A Palavra é de Deus e nunca irá precisar de uma ajuda humana para ser o que é. Também Deus não precisa de testemunhos falsos, nem mentirosos para fazer valer a sua Palavra. A Palavra de Deus é como o Maná no deserto, ela tem todos os nutrientes necessários para dar vida e mantê-la por tempo indeterminado, e quem dela come nunca terá fome.

João 1:1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

João 6:35 - E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.

Um abraço e até a próxima, se Deus permitir.

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