CARAVANA DO CUSCUZ NO BAIRRO SANTO AGOSTINHO

O Santo Agostinho precisa de água, policiamento e saúde

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Estivemos no Santo Agostinho, em 28 de agosto de 2015. A população amistosa e muito bem educada nos recebeu sempre com sorrisos! O Santo Agostinho surgiu como um destacamento urbanístico inicialmente, mas que, dado o crescimento da cidade, conjugou-se a Santa Cruz do Capibaribe e assumiu papel de um grande e autônomo bairro. Por isso, nossa visita se torna indispensável. 

Estivemos na parte principal do Santo Agostinho, nas imediações da praça, onde existe a melhor estrutura urbana, com muitas ruas calçadas e razoável oferta de serviços privados. No entorno do Santo Agostinho, contudo, existem bairros menores e mais recentes, onde existem problemas estruturais muito mais salientes. 

Durante a tarde, conversamos com dezenas de moradores e reunimos 105 citações de sugestões para melhorar a qualidade de vida no bairro. Nossa comitiva foi acompanhada pelos amigos Naldo Baé, Gautier Gomes e Sérgio Lima, além do ativista social Fábio Júnior, da Palestina. 

Sugestões para a saúde somaram 24 citações

As citações relacionadas à saúde foram agrupadas e ficaram em terceiro lugar como as mais lembradas pelos moradores do Santo Agostinho. Mais médicos foi o principal problema apontado com 7 citações. O bairro, apesar de extenso dispõe apenas de um posto de saúde, que, inclusive, cobre também bairros vizinhos. Nele trabalha apenas um clínico geral, diariamente segundo a população, mas que não consegue dar conta da demanda (são ofertadas apenas 15 a 20 fichas de atendimento por dia). Ainda sobre médicos, houve também uma citação sugerindo médico especialista no bairro, o que seria de bom proveito visto o contingente populacional da região. 

A falta de materiais e medicamentos foi citada 6 vezes pela população! Esse problema é inaceitável diante dos diversos mecanismos administrativos que se tem hoje em dia. Melhorar a gestão do posto de saúde é uma necessidade urgente! O bairro dispõe de um carro da saúde para transportar pacientes, desde para exames e consultas até em casos de urgência. A população do Santo Agostinho solicita a aquisição de um segundo veículo (3 citações). Houve ainda 1 citação para a construção de um hospital em Santa Cruz do Capibaribe. 

Ainda sobre problemas de saúde, a infestação de muriçocas foi citada 6 vezes. O grande número de muriçocas é perceptível a qualquer pessoa que visita o bairro. Sabe-se que esses mosquitos se reproduzem onde existe água parada e, além de transmitirem doenças, são um reflexo da negligência aos cuidados sanitários e ambientais. Especificamente sobre o Santo Agostinho, a Caravana do CUSCUZ alerta para a poluição do Açude da Manhosa, que fica nas adjacências do bairro. Estranhamente a Prefeitura decidiu investir na aplicação de pesticida nas ruas, o conhecido fumacê, que, como é de se esperar, não adiantou.

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Foto: Sérgio Lima

A falta d'água foi citada 20 vezes, o segundo maior problema do Santo Agostinho 

Há cerca de 3 anos, houve o corte do fornecimento de água no Santo Agostinho. Desde então, não há mais água encanada no bairro, segundo os moradores por nós entrevistados. Ainda segundo os moradores, havia uma bomba que trazia água ao bairro, mas a mesma foi desligada no início da atual gestão municipal. Além de desconforto, a falta de água causa grandes prejuízos à população, que é obrigada a pagar, em média, 150 reais por cada caminhão pipa (cada casa consome 1 caminhão por mês). 

A falta d'água no Santo Agostinho não é, portanto, um problema natural de falta de chuvas, visto que, pagando, a água chega no caminhão; mas uma questão, acima de tudo, de respeito ao povo do Santo Agostinho, já que a encanação existe e a água sempre chegou. Uma das citações foi sobre a limpeza do Açude da Manhosa, cuja água poderia ser fornecida à população local.

A falta de segurança: o maior de todos os problemas do Santo Agostinho

Com 23 citações, melhorar o policiamento foi a principal sugestão dos moradores do bairro. A população informa que assaltos são frequentes e existe um forte temor e estresse nas pessoas por causa da violência. A sensação de segurança poderá ser melhorada com o aumento do número de patrulhas policiais e a instalação de um posto da Polícia Militar, conforme sugeriram os moradores. 

A Caravana do CUSCUZ lembra que, recentemente, a Prefeitura anunciou que providenciará, com investimentos federais, a instalação de 6 câmeras de monitoramento na cidade. Acreditamos que uma dessas câmeras deverá ser instalada no Santo Agostinho, pela sua importância e necessidade. Vamos aguardar. 

Outros problemas citados merecem ser lembrados. A falta de calçamento, apesar de visitarmos a parte melhor estruturada do Santo Agostinho, foi ainda citada 11 vezes. Houve ainda 3 citações informando que o esgoto lá instalado não comporta o volume de água escoada do bairro e que os alagamentos são frequentes. 

E o CUSCUZ?

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Foto: Francisco Zacarias (selfie)

Após nossa caminhada, fomos muito bem recebidos no bar do nosso amigo Júnior, na rua principal, que nos preparou um delicioso CUSCUZ, com carne assada, queijo de coalho, macaxeira... Hummmm. 

Entenda a Caravana do CUSCUZ

Somos um grupo de voluntários independentes que visita áreas públicas, como os bairros, feiras, etc. e busca ouvir da população sobre os principais problemas (os que mais incomodam). Anotamos ainda as sugestões para que os problemas sejam enfrentados e elaboramos um relatório disponibilizado aos principais meios de comunicação. Ao final dos trabalhos, confraternizamos comendo CUSCUZ.

Para não esquecer

O bairro do São Miguel pede mais calçamento, mais médicos e mais policiamento.

Má gestão e problemas estruturais são as principais queixas dos comerciantes do Calçadão.

O Santo Agostinho precisa de água, policiamento e saúde.

Um grande abraço,
Francisco Zacarias

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