Janot prepara fornada de denúncias contra políticos

Eduardo Cunha e Renan Calheiros estão na mira dos investigadores

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prepara uma fornada de denúncias contra políticos que respondem a inquérito sobre a Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com um dos membros da equipe de investigadores, o objetivo é fazer as denúncias antes do término do atual mandato de Janot, que acontecerá em meados de setembro.

No início de agosto, será encaminhada à presidente da República a lista tríplice com os mais votados pela categoria para o cargo de procurador-geral. Apesar de haver oposição a Janot no Ministério Público Federal, ele deverá ser o nome mais votado.

Assim, a presidente Dilma Rousseff ganhará um argumento político para indicar Janot para comandar a Procuradoria Geral da República por mais dois anos: está seguindo critérios que são obedecidos desde o governo Lula.

Na fornada de políticos, os investigadores dão como certas denúncias contra os dois principais nomes do Congresso: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Senado, Renan Calheiros. Um dos integrantes da equipe de investigadores afirma que o Ministério Público considera ter munição para sustentar as denúncias.

Cunha se diz inocente e perseguido por Janot. O presidente da Câmara alega que o procurador-geral fez uma acusação seletiva. Janot rebate. Já Renan adotou linha menos hostil ao Ministério Público. E também afirma ser inocente.

Quando Janot pediu abertura de inquérito em relação a Cunha e Renan, os dois peemedebistas debitaram na conta do Palácio do Planalto o dano político que sofreram. As prováveis denúncias estão fora do raio de ação de Dilma e auxiliares. Se se confirmarem, serão resultado das investigações.

No entanto, não devem ser descartadas retaliações de Cunha e Renan ao Planalto. Desde o momento em que passaram a responder a inquéritos no STF, os dois têm derrotado o governo em temas importantes, inclusive em assuntos que fragilizam a credibilidade fiscal do país.

A nova fase da Operação Lava Jato, Politeia, indica que o cerco aos políticos está se fechando.

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