Para Eduardo Cunha, tese de impeachment é golpe

Presidente da Câmara admite relação estremecida com o Planalto, mas diz a população terá nova chance de escolher presidente em 2018

Agência Brasil


Citado na Lava Jato, Cunha é contra impeachment

Depois de Fernando Henrique Cardoso, foi a vez do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarar-se contra o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em visita à Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), ele classificou a tese de “golpe”.

De acordo com o parlamentar, listado pelo Ministério Público como suspeito de participar da Operação Lava Jato, os eleitores terão nova chance de escolher o presidente em 2018. “Acho que isso é golpe. Ela foi eleita legitimamente, tem um mandato a cumprir. Aqueles que votaram nela e porventura se arrependeram, deveriam ter esse juízo de valor antes de votar, e terão a oportunidade de rever na próxima eleição.”

Cunha acredita que “essa não é a forma de atacar o problema” e que essa tese não terá eco na Câmara. “Eu sei separar bem os meus papéis de presidente da Câmara e de vítima de uma abertura de inquérito imotivada, escolhida a dedo e com objetivos políticos”.

Questionado sobre o “panelaço” ocorrido no domingo 8 durante pronunciamento da presidenta, disse ser uma atitude espontânea contra as medidas de ajuste fiscal, mas também “um sinal de alerta”. Afirmou que o ato do próximo dia 15 deve se garantido desde que não busquem a ruptura da institucionalidade, seja por meio de golpe ou de um processo de impeachment.

Cunha concordou que uma parte da população não apoia os atos e a gestão do governo, o que considera fruto da democracia. “Isso não tem nenhum problema”, disse ele. O problema, apontou, é encontrar uma maneira de solucionar a crise política que se instalou no país. Ao mesmo tempo, garantiu que existem condições políticas “de aprovarmos ou darmos apoio a um ajuste fiscal que resolva os problemas da economia”.

Ele prometeu trabalhar pela governabilidade, “sempre”, apesar da crise política. Avaliou que a atuação do Ministério Público Federal, pedindo a abertura de inquérito para investigar possíveis irregularidades cometidas por parlamentares, incluindo o próprio presidente da Câmara, compromete a confiabilidade, mas não a “responsabilidade que a gente tem com a governabilidade”.

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