PRESIDENTE DO PT-PE FALA SOBRE 2016: "ESTAMOS NO JOGO"


As eleições de 2014 colocaram em "xeque" o rumo a ser tomado pelo PT-PE; o partido não elegeu deputado federal nem senador, e na disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa, apenas três deputados estaduais foram eleitos; no entanto, tendo em vista a próxima disputa eleitoral, em 2016, a presidente estadual da legenda, Teresa Leitão, garante: "estamos no jogo, sim!"; segundo a parlamentar, "o PT tem um diferencial estratégico que está sendo considerado com um novo olhar na atual conjuntura, que é a sua relação com os movimentos sociais"; "E isto nos dá fôlego para defesa do nosso projeto", afirma; "Aprimorar as estratégias é fundamental e neste momento, para o PT de Pernambuco, a busca da unidade partidária e o fortalecimento das nossas instâncias e lideranças é o que estamos construindo"

Leonardo Lucena
Pernambuco 247 

Passado mais um ano eleitoral após a maior crise política do PT de Pernambuco, há pouco mais de dois anos, na eleição municipal do Recife, o pleito de 2014 colocou novamente em "xeque" o rumo a ser tomado pela sigla. O partido não elegeu deputado federal nem senador, e na disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa, apenas três deputados estaduais foram eleitos – Odacy Amorim, Manoel Santos e Teresa Leitão, presidente estadual da legenda. No entanto, tendo em vista a próxima eleição, em 2016, a dirigente garante: "estamos no jogo, sim!".

A parlamentar ameniza o desempenho do PT-PE nas eleições do ano passado. Segundo Tereza Leitão, "a política é feita de altos e baixos não apenas para o PT, mas para todos os partidos". "O PT tem um diferencial estratégico que está sendo considerado com um novo olhar na atual conjuntura, que é a sua relação com os movimentos sociais. E isto nos dá fôlego para defesa do nosso projeto", afirma.

Questionada sobre os motivos do desempenho da legenda nas últimas eleições, Teresa diz que o "anti-petismo, extremamente utilizado neste pleito (2014), pesou muito" contra o partido. "Foi uma eleição duríssima para o PT. Tivemos, no âmbito federal, uma chapa muito competitiva com excelentes nomes do PT, que foram preteridos na coligação. Se tivéssemos chapa própria federal, teríamos feito dois deputados. No entanto, garantimos nosso foco estratégico que era a reeleição de Dilma", observa.

Para a dirigente, o PT não sofre carência de quadros em Pernambuco, "embora a necessidade de redimensionamento da ação e dos quadros partidários deva ser uma prática constante no partido". "Aprimorar as estratégias é fundamental e neste momento, para o PT de Pernambuco, a busca da unidade partidária e o fortalecimento das nossas instâncias e lideranças é o que estamos construindo", acrescenta.

Lula

Tanto em 2012 como em 2014, nem mesmo o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda que pelo guia eleitoral, foi o suficiente para alavancar as postulações do partido. Mas a possibilidade de o cacique-mor do PT nacional disputar novamente o Palácio do Planalto tende a se tornar cada vez mais real.

Apontado como um dos possíveis nomes da legenda para disputar a presidência da República na próxima eleição, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), rechaçou a possibilidade de ser candidato e disse que o partido tem apenas uma "referência para 2018": o ex-presidente Lula.

"Ele é o meu candidato, sempre foi. Não tem essa discussão no PT. Quem está no coração da militância do PT é Lula. Eu não tenho essa pretensão e não está no meu horizonte'', afirmou o ministro, durante entrevista à repórter Andréia Sadi, do jornal Folha de S. Paulo (leia mais aqui)

Caso o ex-presidente seja candidato, fica a dúvida acerca do impacto que sua eventual postulação terá nas candidaturas do PT-PE. Teresa diz achar "muito precipitado estarmos projetando 2018". Segundo a petista, "o novo folego que o PT/PE está buscando é o resgate do seu protagonismo, é a construção da sua unidade partidária".

"Prosperando esse nosso esforço, podemos chegar às disputas eleitorais de 2016 e de 2018 em boas condições e com uma bagagem política significativa, baseada em estratégias coletivas, capazes de dialogar com a sociedade sobre o nosso projeto para Pernambuco e para o Brasil", complementa.

2016

Na eleição de 2012, divergências internas entre integrantes das Executivas estadual e municipal fizeram o PT passar pela maior crise política de sua história. Naquele ano, o então prefeito João da Costa e o deputado federal Maurício Rands (hoje no PSB) disputaram uma prévia partidária. A disputa foi cancelada pela cúpula nacional do partido sob o argumento de que havia denúncias de fraudes.

Como consequência, o senador Humberto Costa (PT) foi indicado com a missão de estabelecer a união interna e manter a hegemonia do partido frente à Prefeitura do Recife. Mas o então candidato do PSB, Geraldo Júlio, foi eleito ainda no primeiro turno, com 453.380 votos (51,15%), acabando como "reinado" de 12 anos do PT no Executivo municipal.

Sobre a próxima eleição municipal, Teresa diz que os integrantes do partido tratarão "globalmente o estado, destacando as prioridades mediante a análise dos cenários, das possibilidades, da relação com os aliados". "Estamos no jogo sim!", complementa.

No mês passado, um contingente inferior a cem filiados, segundo Tereza, e não cerca de 200, como divulgou um blog local. A parlamentar esclarece que "o motivo destas desfiliações não foi a desunião do PT e sim o receio de se submeter a processos disciplinares por infidelidade partidária". "Em compensação, a busca da unidade e da afirmação partidária do PT, está trazendo novas e interessantes filiações", complementa.

Oposição na Assembleia Legislativa

Após o PSB romper com PT em várias cidades brasileiros, em 2012, e com o governo Dilma Rousseff (PT) em 2013, para lançar candidaturas próprias, tanto em nível municipal como federal, o Partido dos Trabalhadores em Pernambuco apoiou, na última eleição para governador, o então senador Armando Monteiro (PTB-PE), atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Mas o petebista foi derrotado, com 31,07% dos votos válidos, contra 68,08% de Paulo Câmara, ex-secretário estadual da Administração (2007-2010), do Turismo (2010) e da Fazenda (2011-2014). Passada a eleição, Teresa garantiu que o PT continuará fazendo oposição ao governo do PSB. A deputada afirma ter uma expectativa positiva acerca da atuação do PT como legenda oposicionista.

"Seremos uma bancada importante no reforço à oposição, pela experiência, pelo papel político que desempenhamos nas eleições, pelo contraponto que faremos na defesa do governo Dilma e devemos ocupar a primeira vice-liderança da oposição", informa.

Na disputa para o Senado, o PT-PE também não saiu vitorioso. O ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi eleito com 64,34%, contra 34,80% do então deputado federal João Paulo, ex-prefeito do Recife.

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