Bandeira vermelha já encarece conta de luz

Dependendo do período de medição do consumo, fatura pode estar 3% mais cara com o novo sistema implantado pelo governo federal

Bandeiras tarifárias arte (Foto: Editoria de Arte/G1)

Já olhou sua última conta de energia elétrica? Dependendo do período de medição, ela pode estar 3% mais cara. Isto porque, desde 1º de janeiro, entraram em vigor no Brasil as bandeiras tarifárias. As sinalizações, indicadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), começaram a aparecer nas contas como um acréscimo e irão variar entre bandeiras verde, amarela e vermelha. Em janeiro, a bandeira ficou vermelha em todo o país, representando um acréscimo R$ 0,03 em cada quilowatts/hora consumido. Nos meses de bandeira amarela, o acréscimo será de R$ 0,015 em cada quilowatts. Quando a bandeira for verde, nenhuma acréscimo será feito. A sinalização foi criada pelo governo para compensar o aumento no custo do setor elétrico sempre que faltar chuva e as usinas Termelétricas precisarem ser ligadas. Quanto mais essa energia for usada, mais alto o acréscimo. 

De acordo com Romeu Rufino, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a cada mês, em função da situação de geração da energia hidrelétrica e dos relatórios da ONS, as bandeiras poderão mudar. “A sinalização é uma tentativa de fazer com que os consumidores reajam ao preço mais alto e consumam com consciência desse custo, usando a energia de maneira mais racional. Se todos reduzirem, iremos ter maior oferta de energia, logo, uma redução nos preços”, explica. Segundo ele, as bandeiras não irão substituir o reajuste tarifário, que em Pernambuco ocorrerá em abril deste ano. “O que vamos fazer é incorporar na conta os acréscimos já pagos pelos consumidores até esta data”, completa.

O que também não significa um aumento menor. É o que detalha o superintendente comercial da Celpe, Paulo Medeiros. “A bandeira é um repasse parcial dos aumentos de custos para a distribuição de energia. Mas, nos reajustes, as distribuidoras indicam outros custos e há uma previsão da ONS sobre os valores de geração dos meses seguintes, que também entram no cálculo. O que muda agora é que os valores pagos com acréscimo por causa das bandeiras até abril serão descontados do custo total de distribuição nos últimos doze meses. Mas, ainda assim, podemos ter um aumento maior ou menor do que os 17% do ano passado. É cedo para saber”, comenta Medeiros. Ele ressalta ainda que, apesar de mais cara, a energia gerada pelas térmicas vem salvando o país dos apagões.”

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional Associação de Consumidores (Proteste), questiona os benefícios das bandeiras. “O maior problema que vemos nessa sinalização é que não houve um estudo sobre o quanto esse custo deve ser repassado ao consumidor. Para ela, a partir de agora, os brasileiros deverão ter mais atenção na conta.

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