Secretaria de Defesa Social troca comandos das polícias Civil e Militar

Coronel Pereira Neto assume PM; delegado Antônio Barros vai chefiar Civil.

Após 7 anos de redução de homicídios, 2014 registrou aumento de 8,73%.

Do G1 PE

Secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho (Centro), apresenta balanço do Pacto pela Vida 
(Foto: Luna Markman/G1)

A Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco anunciou, nesta sexta-feira (26), mudanças nos comandos das polícias Civil e Militar. Quem assume o Comando Geral da PM é o coronel Antonio Francisco Pereira Neto, 56 anos. Ele estava no setor de inteligência da corporação e entra no lugar do coronel José Carlos Pereira, que deixa o cargo. Já o novo chefe da PC é o delegado Antônio Barros Pereira de Andrade, 45 anos, que entra no lugar do delegado Osvaldo Morais. Barros também integrava o quadro de inteligência da corporação.

O subcomando geral da PM agora ficará sob responsabilidade do coronel Ilídio Ferreira Vilaça Neto, 50 anos, que desde 2011 gerenciava programas e projetos Especiais da SDS, como as operações de segurança na Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo em 2014. Já a subchefia da PC ficará com o delegado Luiz Andrey Viana de Oliveira.

O atual gerente-geral da Polícia Científica, Francisco Sarmento, também deixa o cargo. No lugar dele, entra a atual gestora do Laboratório de Genética Forense, Sandra Santos. Conforme a SDS, o novo comandante-geral da PM e o chefe da Polícia Civil já começam a trabalhar em 2 de janeiro próximo.

Homicídios sobem após 7 anos de queda

O anúncio da troca nos comandos ocorreu no mesmo dia em que a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou balanço negativo do Pacto pela Vida, programa implantado em 2007 com o objetivo de reduzir a criminalidade no estado. Houve um aumento de 8,73% no número de mortes em Pernambuco entre 2013 e 2014, com taxa de 34,14 mortes por 100 mil habitantes ano passado e 37,12 por 100 mil habitantes este ano, acima do limite tolerado, inclusive, pela ONU, de 10 para cada 100 mil.

O secretário da SDS, Alessandro Carvalho, elencou motivos para o aumento da violência. "Após sete anos consecutivos de redução de homicídios, em 2014 nós tivemos um aumento de 8%. Eu atribuo isso a uma conjuntura não só no estado, mas nacional. Nós tínhamos demandas pesadas, como reivindicações de militares pela PEC 300, que visiva equiparar o salário deles ao de Brasília, e gerou uma greve em maio, operação padrão praticada pelos delegados da Polícia Civil, ano de eleições que jogou uma outra variável nesse processo, mas isso tudo está devidamente identificado e vamos fazer os ajustes necessários para 2015", prometeu.


Convocação de concursados da PM

Entre os ajustes, Carvalho citou aumento de efetivo, com dois mil candidatos chamados para a segunda etapa do concurso da Polícia Militar, podendo ser nomeados até o próximo mês de fevereiro, além de concurso já autorizado para 100 vagas para delegados da Polícia Civil e 526 vagas para a Polícia Científica. "Precisamos entender também o que acontece em cada área, se é necessário repensar a divisão de territórios, a questão das bonificações que são colocadas dentro da política de gestão de resultado. Isso tudo já foi colocado ao governador eleito [Paulo Câmara, PSB] e tão logo ele tome posse, vamos detalhar isso de uma forma melhor para futuras decisões", afirmou.

O secretário ainda apontou que, de modo geral, o programa alcançou uma redução no número de homicídios nos últimos dez anos. A taxa em 2004 era de 50,86 mortes por 100 mil habitantes. Em 2014, esse índice caiu para 37,12 por 100 mil habitantes. Em porcentagens, as reduções, por região do estado, neste período, são de 26,27% no Sertão; 8,6% Zona da Mata e Agreste; 42,86% na Região Metropolitana do Recife; e 57,3% na capital.

"O Pacto pela Vida é uma política de segurança que o ajuste é, praticamente, diário e semanal. Nós temos reuniões todas quintas, na Seplag [Secretaria de Planejamento], onde vemos todos os números e é natural que no fechamento de um ciclo de oito anos, alguns ajustes sejam feitos, até pela forma de condução que o novo governador dará ao estado", comentou.

Sobre as novidades nos comandos das polícias, o secretário ponderou que são naturais em época de troca na gestão do Executivo Estadual. "As mudanças acontecem dentro de um mesmo governo e mais comum ainda quando há mudança de governador. Permanecem no comando os coronéis Cunha e Teles, no Corpo de Bombeiros, que assumiram há cerca de seis meses, e os demais mudam para oxigenar o Pacto e faz parte de um processo natural", explicou.

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