Geração “Fast Food”

Por Dário Gomes*
Me recordo do tempo em que linha telefônica era contada como um bem, e tem mais: Telefone era só para ricos, do tempo em que se esperava, pelo menos, cinco dias para que o banco emitisse um extrato bancário, do tempo que os rádios e radiolas eram feitos de ferro e que só tinham, no máximo quatro botões. 

Do tempo da bodega, onde se comprava o mês inteiro com uma caderneta e no final o bodegueiro fazia a conta em um papel de embrulhar o pão, sem fazer uso de calculadora e em seguida ainda tirava a prova dos nove fora.

Lembro-me do tempo em que se mandava uma carta e era preciso uma semana para que ela chegasse ao destino e depois esperar outra semana para receber a bendita resposta. Quando se precisava dar uma noticia urgente lançava-se mão do telégrafo, serviço este prestado pelos correios e era tão caro que se pagava por letra telegrafada e as mensagens tinham que ser bem curtas e objetivas.

Para se vender algo, um anúncio de jornal resolvia, porém o limite de palavras deixava o anúncio reduzido ao, no máximo, cinco palavras, todos os dias se comprava um exemplar para ver se o mesmo havia sido publicado.

Mas hoje vivemos em uma geração tipo “Fast Food” ou seja “comida rápida”. As pessoas não têem tempo a perder ou perdem tempo demais com qualquer coisa. Na maioria das vezes nem precisam ir ao banco, pois de casa ou do escritório se resolve tudo, as notícias dos parentes são dadas em tempo real, com direito a fotos e filmes em HD. Chegamos ao tempo em que, a maioria de nossos móveis, eletros e utensílios são feito de plástico ou de qualquer material chinês, que se acaba com poucos dias de uso. Tempo que não dá para esperar ir à loja para fazer aquela compra, pois de casa pode-se comprar tudo que se quiser.

Uma geração ansiosa, agoniada, que se mata por qualquer coisa, porque o valor da vida já não tem valor algum. 

Uma grande quantidade de casais já não conseguem nem comemorar as bodas de papel, e aquilo que nem ao menos começou direito, já chegou ao fim.

Uma geração que já nasce de olhos abertos, que nem precisa aprender a ler para se ter acesso a todo tipo de informação, uma geração que conhece tudo e não sabe de nada.

Uma geração que se desenvolve de forma muito ligeira, como frutas colocadas para amadurecer em carbureto, que antes de tempo já estão maduras, mas que apodrecem com a mesma rapidez.

Uma geração que não tem tempo de sentar à mesa e compartilhar de um almoço com a família, que não tem tempo de pedir a benção aos seus pais, que não pára, que está sempre em movimento, mas que não conhece o verdadeiro sabor da vida.

Esta é a geração desse tempo e eu fico a meditar : Como será a geração que está por vir?

Se não ensinarmos os valores morais e espirituais a esta geração e se não tentarmos mudar a forma de pensar de nossos filhos, sinceramente eu não sei o que será da próxima geração.

Para vossa meditação: Deuteronômio 6: 6,7.

6 - E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;

7 - E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.

*Dário Gomes de Araujo é Evangelista da Igreja Assembleia de Deus e atualmente é gestor na cidade de São José do Egito.

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