BLACK FRAUDE!

Dr. Paulo Lima* 

Faz tempo que não escrevo algo que você possa dar uma boa risada, não é mesmo, meu amigo IVALDO FIGUEIRÔA? Mas, sinceramente, acho que já faço demais escrever um artigo por semana. É que não sou escritor e muito menos um articulista do quilate de um Joca Souza Leão, ou de um Arthur Carvalho, por exemplo; na verdade eu sou mesmo é um enxerido, como diria a minha avó “mãe Nen nen”, se viva estivesse. Mulher autêntida era aquela, que não tinha “papas na língua” e dizia o que pensava na lata, como se diz no popular! Mas, deixemos de tergiversar e vamos ao que interessa.

Sexta feira foi o grande dia; o dia do “BLACK FRIDAY”. Para quem não sabe, como eu por exemplo, que não sei nada de “ingreis”, muito mal sei puthugueis”, como diria o meu amigo GILVANDRO BARBOSA, de Vertentes (esta estória eu vou contar num outro artigo), BLACK FRIDAY significa sexta feira negra, vejam vocês! Quem me falou foi Janine... Pense numa mulher que sabe tudo! Só errou numa coisa... Deixa prá lá, que não quero virar um “sem teto”...

É que nunca vi povo tão besta como o povo brasileiro: vive querendo imitar o americano dos “States” (eita, que hoje tô com a gota serena!), com aquele complexo de vira latas, achando que tudo que é bom para americano é bom para si. É por isso, que, se um pai/mãe de classe média não levar a sua filhinha de 15 anos para conhecer a Disney, vai pagar os seus pecados no fogo do inferno pelo resto dos seus dias! Eu acho que isto foi uma das heranças malditas da “redentora”; esses militares devem uma conta impagável ao povo brasileiro...

Pois é. Eu nunca vi um nome tão propício! É que em verdade essa tal de BLACK FRIDAY, deveria se chamar de BLACK FRAUDE! É que o brasileiro, querendo imitar o americano, resolveu criar um dia no ano para fazer promoção nas lojas, imitando o americano, fato que ocorre sempre na última sexta feira do mês de novembro, onde as lojas anunciam promoções fantásticas, com preços dos produtos até 70% (setenta por cento) mais baratos! Aconteceu nesta sexta feira.

Acontece, que, quem foi nessa conversa, como sempre, quebrou a cara, pois não tem promoção coisa nenhuma! O que se viu foi a maioria das lojas aumentando o preço dos seus produtos para enganar os trouxas! E muita gente foi na conversa. Conheço algumas pessoas que passaram o ano todinho economizando os seus tostões para comprar uma tevê de led, ou uma geladeira duplex de última geração. Como sou gato escaldado e não acredito em “papai Noel”, resolvi conferir “in loco”. Assim, na sexta feira, saí da Procuradoria por volta das 9:00 horas da manhã e fui para a rua da Palma, no Recife, ver esse festival de engana bobos! E o que vi me deu pena. Uma senhora do Alto do Pascoal, aqui no Recife, estava injuriada, pois tinha chegado na madrugada da quinta para sexta para pegar o primeiro lugar na fila e queria comprar uma tevê de Led de cinqüenta polegadas! Assim que a loja abriu entrou correndo e o que viu foi que a TV dos seus sonhos tinha aumentado de preço, inexplicavelmente. 

A coitada teve tanta raiva que armou um “furdunço” tão grande, chamando todo mundo de ladrão e dizendo que a culpa erro do governo, que o gerente teve que chamar a polícia e foram todos parar na delegacia, coitada. Logicamente ficou sem a TV dos seus sonhos. Mas brasileiro é assim mesmo, besta que só ele. Outra conhecida minha, que trabalha no Banco do Brasil, para não perder a hora do trabalho pegou um táxi, de casa para o centro e entrando na loja, como não tinha mais produtos em promoção comprou um ferro de passar roupa por dez reais! Saiu toda contente, pegou um outro taxi para não chegar atrasada no trabalho e, lá chegando, foi mostrar o seu troféu aos colegas, toda orgulhosa. Foi uma gozação só! É que ao fazer as contas, os seus colegas concluíram que ela pagou mais de duas vezes que o preço normal do produto. 

É que, para chegar à loja teve que pagar vinte reais pela corrida do táxi; depois pagou mais vinte reais para chegar ao seu trabalho e, somados aos dez reais do ferro elétrico, chegou à soma de cinqüenta reais. Acontece que o ferro elétrico custa vinte reais em dias normais, vejam vocês! Mas brasileiro é assim mesmo; não vai aprender nunca. O consolo é que no ano que vem tem mais BLACK FRIDAY e quem sabe a senhora do Alto do Pascoal não consegue comprar a sua TV de Led?

Um abraço a todos.

*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, advogado, e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.

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