PT VOLTA A SONHAR EM VENCER NO 1º TURNO


Velocidade e disseminação da queda de Marina Silva nas pesquisas e, especialmente, desempenho da presidente Dilma Rousseff em campanha reanimam PT; economia cresce 1,50% em julho sobre junho, melhor resultado desde 2008; com 101.425 empregos com carteira assinada em agosto, ano tem saldo positivo de 751 mil vaga abertas; direção partidária projeta eleger maior bancada do Congresso; diferença entre resultado de Dilma no Ibope fica nove pontos abaixo da soma dos adversários; favoritismo que existia até a morte de Eduardo Campos vai sendo retomado; desempenho em São Paulo pode ser decisivo; ganhar na primeira volta é mesmo uma missão impossível?

Do 247 

Os números da economia estão se somando à recuperação da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Ao mesmo tempo, a principal adversária dela, Marina Silva, do PSB, perde pontos nos levantamentos de opinião na mesma velocidade com que os ganhou após a morte do ex-governador Eduardo Campos. No campo tucano, o senador Aécio Neves aparece estacionado no patamar de 15%.

A conjunção desses e outros fatores está levando a cúpula do PT a uma euforia contida e controlada, mas que parece mesmo ter base real: vencer em primeiro turno a eleição presidencial não se parece mais com uma missão impossível. Ao contrário, a vinte e dois dias do 5 de outubro, está mais perto do que parecia.

Nos números quente da pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira 12, Dilma marcou 39% contra 48% da soma de seus adversários – Marina, com 31%, Aécio, com 15% e os demais com o total de 2%. Significa, na matemática da eleição, que a presidente está a nove pontos percentuais mais um voto de ganhar a disputa já na primeira volta.

Essa possibilidade era presente até a morte do ex-governador Eduardo Campos, quando Dilma aparecia, em todos os levantamento, ao menos em situação de empate técnico com sua primeira vitória em primeiro turno. Agora, a distância ainda é grande, mas as condições para a escalada são diferentes – para melhor.

A comoção pela morte de Campos já foi assimilada em benefício de Marina Silva e não prejudicou o desempenho de Dilma, que manteve-se, a toda prova, folgadamente acima dos 30% de intenções em quaisquer pesquisas.

O que se tem agora é que, por erros e contradições de sua campanha, os novos levantamentos mostrados esta semana apontaram para uma queda rápida de Marina, quase na mesma velocidade e disseminação com a qual ela cresceu ao substituir o candidato falecido.

Dilma demonstrou reflexo apurado e faturar, de imediato, dois escorregões da ex-ministra, nas questões de falta de prioridade de Marina ao pré-sal e na proposta reafirmada de autonomia do Banco Central. A presidente tomou, ainda, a decisão corajosa de liberar o marqueteiro João Santana para uma desconstrução pesada de Marina no horário eleitoral gratuito e nos comercias de 30 segundos aos quais o PT tem direito.

O que se vê é uma inversão da tendência que se apresentava no final do mês passado. Após abrir dez pontos de vantagem num eventual segundo turno, de acordo com o Datafolha da primeira semana de setembro, Marina tem agora, no Ibope da metade da primeira metade do mês, apenas um ponto de frente. Quase igual a zero, uma vez que representa o empate técnico.

A cúpula do PT está concentrada na campanha presidencial, mas não apenas. Com a recuperação de Dilma e a elevação proporcional da avaliação do governo, também a chapa nacional de deputados federais e senadores do partido vai se beneficiando. O partido já projeta, sobre pesquisas internas, a eleição de até 95 parlamentares à Camara Federal de 2015-2018. Dilma, que ajuda a puxar a tropa, só tem a ganhar com o resgate dessa sustentação de base.

Mas não é apenas a política com seus números que estão fazendo os petistas a voltar a sonhar com a chance de liquidar a eleição já em 5 de novembro. É também a economia que os anima.

O IBC-Br, Índice de Atividade Econômica do Banco Central e um dos dados oficiais mais respeitados por analistas, apontou um crescimento de 1,50% no conjunto da economia brasileira em julho sobre julho. Não se um salto dessa dimensão desde junho de 2008. Na outra ponta da balança, o Caged exigiu a criação de 101 mil empregos com carteira assinada em agosto, totalizando 751 mil desde janeiro. Na comparação com períodos anterior, houve sim um declínio na geração de vagas, mas é certo que ela ainda é bastante positiva – e isso é o que conta para efeito de comunicação de massa e sentimento do eleitorado.

Nesse cenário, enquanto Aécio se mostra estacionado e Marina desce, não apenas para de crescer, Dilma apresenta uma trajetória ascendente em grandes eleitorados, como os do Rio de Grande do Sul e da estratégica região Nordeste. Ela ainda está, segundo as pesquisas, na frente de Aécio em Minas Gerais, parece perto de ampliar sua frente no Rio de Janeiro, em razão da polêmica a seu favor do pré-sal, mas ainda tem em São Paulo seu calcanhar de Aquiles. Se conseguir avançar no maior reduto tucano do País, Dilma pode estar feita presidente reeleita.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

'Chocante é o apoio à tortura de quem furta chocolate', diz advogado que acompanha jovem chicoteado

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia