Corpo de Eduardo Campos é enterrado em Recife

Funeral levou mais de 100 mil pessoas às ruas da capital pernambucana neste domingo

Do R7

Diego Junqueira, enviado especial do R7 a Recife
Viúva de Eduardo Campos e filhos se despedem do pai - Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo

Quatro dias após o trágico acidente com um jatinho em Santos (SP), foi enterrado em Recife (PE) às 19h deste domingo (17) o corpo do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência, Eduardo Campos. O sepultamento estava marcado para as 17h, mas o cortejo até o cemitério de Santo Amaro atrasou. O funeral do político começou no fim da noite de ontem, quando os restos mortais dele chegaram à Base Aérea de Recife. Em seguida, o caixão percorreu, em carro aberto, diversas regiões da cidade.

Hoje, mais de 100 mil pessoas foram às ruas para prestar a última homenagem a ele. Pela manhã, autoridades estiveram no Palácio do Campo das Princesas para o velório. Foi realizada uma cerimônia religiosa por volta das 10h. A presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, governadores, prefeitos e outros políticos estiveram presentes.

Por volta das 16h30, o caixão de Eduardo Campos seguiu em carro aberto em um cortejo de aproximadamente 2 km, até o cemitério de Santo Amaro. Ele foi sepultado junto com o avô, Miguel Arraes — que também já governou o Estado e morreu em 2005, exatamente no mesmo dia que o neto: 13 de agosto —, e do tio, Carlos Augusto Arraes de Alencar.

Junto com o corpo, no caminhão, estavam quatro dos cinco filhos de Eduardo Campos, a viúva Renata Campos, a mãe dele, Ana Arraes, e também a candidata a vice na chapa, Marina Silva. Assim como no cortejo, milhares de pessoas tomaram o cemitério de Santo Amaro para acompanhar de perto o enterro. Renata e os filhos vestiam uma camiseta branca com a frase “não vamos desistir do Brasil”, a mesma dita pelo candidato em uma entrevista, no dia anterior à morte. 

Dois filhos de Eduardo (João e Pedro) ajudaram a carregar o caixão no cemitério. Eles usavam chapéus de palha, uma espécie de símbolo da família Arraes e uma forma de homenagear o pai e o bisavô. Antes que o corpo descesse, Renata e os quatro filhos se aproximaram para o último adeus. O caçula, Miguel, de sete meses, não estava no enterro.

Durante cerca de vinte minutos uma rajada de fogos de artifício homenageou o político. O filho João puxou o grito: "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro", repetido por quem estava no cemitério. O hino nacional também foi cantado durante o sepultamento.

Campos foi o último dos seis mortos no acidente a ser sepultado. Durante a tarde, foram enterrados: o piloto e o copiloto, em Maringá (PR) e Governador Valadares (MG), respectivamente; o assessor de imprensa Carlos Augusto Ramos Leal Filho, foi enterrado em Recife; e o cinegrafista Marcelo Lyra, em Paulista (PE), mesmo local onde o fotógrafo Alexandre Severo será cremado. O sepultamento do assessor político Pedro Valadares foi feito em Aracaju (SE).

O acidente

A trágica morte de Eduardo Campos e de outras seis pessoas parou a campanha desde quarta-feira (13). O horário eleitoral na TV e no rádio começa na terça-feira (19). O PSB tem até o dia 23 para definir quem irá compor a nova chapa. Marina Silva já é certa como a nova candidata à presidência. Resta o nome do vice. O partido se reunirá na quarta-feira (20), em Brasília, para oficializar a decisão.

Na manhã de quarta-feira, o jatinho com o candidato decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, no litoral de São Paulo. Ele cumpriria agenda de campanha na região e à tarde gravaria programas eleitorais na capital paulista.

O tempo estava fechado e chuvoso na hora em que o jatinho chegou ao aeroporto. A última comunicação do piloto com o controle aéreo foi para comunicar que ele iria arremeter o pouso. A voz dele era tranquila. Logo após esse contato, a aeronave caiu em um bairro residencial da cidade.

Dez pessoas ficaram feridas, sem gravidade. Algumas pessoas relataram que viram a aeronave em chamas, antes de cair. A força do impacto abriu uma cratera no chão. Os trabalhos do Corpo de Bombeiros, de peritos e da Força Aérea no local duraram três dias. As causas do acidente são investigadas pela Polícia Federal e pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

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